É comum ouvir dizer que para sermos mais felizes e livres devemos deixar de nos importar com a opinião alheia, mas aqueles que dizem que não se importam com isso devem estar mentindo, pois no fundo, bem lá nos recônditos da consciência (ou talvez nem precisamos ir tão a fundo para perceber) notaremos que a nossa imagem na comunidade em que estamos inseridos nos é, sim, cara. Pode não ser importante para você a opinião de um desconhecido ou de um colega, mas você ao menos se importa com o que outras pessoas mais próximas de você pensam de você. Quando escrevemos um texto, nós ao menos temos o cuidado de nos autocorrigirmos para evitar situações constrangedoras na frente de todo aquele nosso círculo de amizades que pertencem à rede social onde postamos o que escrevemos, e fazemos isso porque nos importamos. Quando nos arrumamos para um encontro, nada nem sempre parece bom, mesmo que nós estejamos lindos e elegantes, ainda assim, aos nossos olhos hipersensitivos, haverá um defeito mínimo para que teçamos críticas a nós mesmos, e nos importamos. Quando tropeçamos na rua e o rosto arde porque temos a horrível sensação de que todos os sujeitos que estão naquela rua estão nos encarando naquele exato momento e talvez até rindo de nós por termos tropeçado por pura desatenção, isso ocorre porque nos importamos. E importa porque somos inseguros, uns mais do que os outros; importa porque temos medos que, embora diferentes em muitos aspectos, variando de sujeito para sujeito, nos acompanham por toda a vida; importa porque amamos muitas pessoas e confiamos no parecer delas sobre as coisas que nos cercam e sobre aquilo que somos. Estamos presos na opinião do outro, mesmo que de forma mínima, mesmo que de forma tão sutil que quase não percebemos, e às vezes não percebemos e dizemos que não nos importamos com opiniões, quando, na realidade, nos importamos tanto que muitas vezes não conseguimos dizer aquilo que realmente sentimos e pensamos porque estamos presos no que o outro pensa ou irá pensar. Às vezes, nos escondemos, e até mesmo quem é muito sincero e aparecido se esconde, pois há coisas que não podemos nem pensar em ser ditas, e não são ditas porque doem, e doem porque nos importamos com o parecer do outro.
Como te entendo…
Gostei, parabéns!
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Obrigado por ter gostado e pelo texto ter feito algum sentido 🙂 . Abraço!
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Claro que fez, acho que faz para toda a gente…
Daí escrever com pseudónimo, bem podemos dizer que não nos importamos com o que os outros pensem mas fica sempre o receio de sermos rotulados de algo por escrevermos como sentimos…
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Exatamente. Concordo com sua colocação!
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Ótima reflexão!
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Obrigado, Gabriella!!
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Muito bom!
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